quarta-feira, 18 de abril de 2012

Não venda nada a ninguém


        Outro dia, fui comprar um sapato. Vi dois modelos na vitrine que a princípio me interessaram, e estranhei o fato de um custar o dobro do preço do outro. Entrei na loja e pedi para ver os dois.

Tudo bem? Por que este custa tão mais caro que aquele? Porque este é de couro natural e aquele é de couro sintético. E por que eu devo comprar o mais caro? Não, o senhor não deve comprar o mais caro. O senhor deve comprar o que mais lhe for conveniente. Como assim? Você não é um vendedor? Não quer me convencer que eu devo comprar o mais caro? Não, senhor. Meu papel aqui não é vender nada a ninguém. Estou aqui para atender a clientes, para assessorar clientes. Meu papel aqui é esclarecer e facilitar, e não empurrar. Eu sou um consultor de calçados, e não um “empurrador interesseiro de mercadorias”!

Então deixe-me ver qual dos dois mais me convém. Claro, eu posso apresentar os detalhes de ambos para o senhor. Apresente-me por favor estes produtos. Pois não, com prazer. Este calçado custa menos porque é de material sintético. É o chamado “couro ecológico”. O solado é de borracha, é bastante confortável. E dura até acabar. Este outro é de couro natural, um material mais nobre. O solado é de couro áspero com pontos de fixação nas laterais para não escorregar. Também é extremamente confortável. É um calçado mais fino e sofisticado, uma opção com mais requinte. Se a demanda do senhor for um calçado mais resistente, o primeiro é mais indicado. Se a pedida for um calçado mais elegante, com um apelo mais requintado e sofisticado, o segundo é perfeito.

E os dois são confortáveis? Sim! Para um calçado, conforto é o básico. Havia aqui um outro que era muito bonito e custava pouco, mas não era confortável. Três clientes vieram trocar na mesma semana. Decidimos tirá-lo do catálogo, porque ele não atendia aos requisitos mínimos, básicos. Quem suporta passar o dia com um sapato apertado? Decidimos aqui trabalhar apenas com soluções realmente convenientes para os nossos clientes, sem propostas que sabemos que não são boas. As “ilusões” acabam com a reputação de uma empresa.

É verdade. Deixe-me dizer uma coisa: eu gostei muito da sua postura. Por quê? Porque você não quis me empurrar a todo custo a mercadoria mais cara. Ah, não. Isso quem fazia antigamente eram os vendedores. E como ninguém gosta de vendedor, a profissão foi extinta. Ah, é? É. Agora somos “assessores pessoais de clientes para soluções sob-medida em calçados”. É outra coisa. Mas os calçados não vêm pronto da fábrica? Vêm. Os calçados não são sob-medida, mas as solução para o uso deles são. Ah claro, interessante filosofia. Essa é a nossa política de gestão de vendas! Dá inclusive mais resultados. Sei. Mas hoje eu não vou levar nenhum não. Era só uma olhadinha. Sem problemas, o senhor será sempre bem-vindo. Essa é uma postura ótima também. No lugar de fechar a cara, você não mudou comigo. Pois é. Quem fecha a cara nessa hora, perde toda a boa impressão que pode ter construído antes. E perde principalmente a possibilidade de o cliente voltar. Ninguém volta a um lugar que não soube compreender o seu “não momentâneo”. Realmente. No momento mais propício, eu volto e levo. Claro, quando o senhor quiser! Estaremos sempre de portas abertas. Como você é bom, rapaz. Obrigado. Faz o seguinte: para esse artigo ter um final feliz, eu vou levar os dois. Passa no débito.

* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.

O tempo e sua administração

     
          “O tempo” é dos mais enigmáticos temas da filosofia. Questões como “o que é o tempo”, ou “como relativizar e perceber a passagem do tempo” sempre intrigaram a mente humana, pela subjetividade de suas respostas.

Por que temos a impressão de que o tempo é curtíssimo em determinadas ocasiões, e em outras longo demais? Como ter com esta questão uma relação produtiva?

Ocorre que o tempo, como elemento físico, é o mesmo desde sempre. Muda a nossa percepção com relação a ele, de acordo com fatores externos. Três horas de prazer (escolha você o exemplo) são percebidas como tempo brevíssimo. Uma hora de tortura e dor custa a passar. Muda portanto a nossa percepção sobre o tempo. Se sabemos que o humano, a todo momento busca o prazer na medida exata em que evita a dor, conclui-se aqui que a nossa relação com o tempo é de absoluta empatia: temos com ele a relação de percepção de acordo com o envolvimento sensitivo que temos com as nossas ações. Podemos, sabendo disso, trabalhar a questão de maneira produtiva.

O mundo do trabalho adotou “a administração do tempo” como um tema. O tempo passou a ser tratado como um capital, que gera ativos se bem explorado. Gerir o tempo passou a ser tão importante como gerir recursos financeiros, naturais, de relacionamento etc.

A administração do tempo, quando transformada em ferramenta de gestão, nos leva a duas práticas que estão em sua mais profunda essência, quando o objetivo é o aumento da produtividade: disciplina e renúncia.

Disciplina: fazer o que sabe-se que é necessário fazer, no tempo correto. Não procrastinar, ou seja, ter o hábito de deixar para depois. Estabelecer prioridades, tanto nas grandes metas (quero chegar primeiro ali e ali, e só depois ali) quanto nas tarefas diárias (para chegar ali e ali, hoje tenho que fazer isso e aquilo. Isso até o horário de almoço e aquilo até às seis.) E o mais difícil: fazer acontecer o planejado. Disciplina é em suma, mais do que planejar. É fazer acontecer o planejado.

Renúncia: se não é possível duas ações ao mesmo tempo, temos de renunciar a uma delas. Ou pelo menos renunciar a prioridade de uma delas. Tenha discernimento ao renunciar. Procure equilibrar os benefícios de curto prazo com as grandes metas, ou seja: um olho lá na frente, o outro no este momento. Há quem renuncie da vida em prol do futuro e se arrependa na velhice de não ter desfrutado. Há quem desfrute demais o presente e perca a chance de um futuro próspero, tranquilo e feliz. Devemos ter a sabedoria de equalizar estas duas vertentes.

O tempo passa depressa para quem sente prazer. Tenha prazer nas suas tarefas pensando nos benefícios que elas lhe trarão. Exercite a disciplina, pondere suas renúncias e, nas horas vagas (encontre-as, construa-as!), não deixe de aproveitar um pouco a vida. Sigamos!

* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.

A habilidade de perceber


       O mundo atual, sabe-se, anda bastante seletivo. Isso de uns seis, sete mil anos para cá. Darwin nos ensinou: vencem os mais qualificados, sempre. A “seleção natural” existe desde que o mundo é mundo. Resta-nos saber o que é ser qualificado. Depende do contexto. Antigamente, apenas os mais fortes fisicamente venciam. Depois, os mais inteligentes. Depois, os que conseguiam unir força e inteligência. Em outros tempos, os que tinham melhores padrinhos. O mundo avança e a percepção sobre o que é propriamente ser considerado “qualificado” também evolui. E hoje?
      Hoje – a realidade dos mercados mais diversos tem nos mostrado – vencem aqueles profissionais raríssimos que, mais do que “empregar a equação exata entre os pormenores da força (dedicação e alguma entrega física) e da inteligência (em suas mil facetas)”, ou muito mais do que aqueles praticantes da velha receita ditada à exaustão “ter estratégias para potencializar as ações, ter iniciativa e praticar ações empreendedoras etc.”, mais do que estes, vencem os que conseguem desenvolver uma especial habilidade (cada vez mais latente, urgente, pungente e insubstituível, embora ainda raríssima): a habilidade de melhor compreender o mundo em seu brevíssimo estado atual.
     Note que o termo “estado” denota a clara ideia de transformação constante. Nada mais é permanente, uma vez que sabemos que há no mundo agentes insatisfeitos, e que estes trabalham para mudar a realidade – e por serem maioria, sempre conseguem. Hábitos seculares perdem vigência, outros novos são incorporados sem que a princípio concordemos ou compreendamos, aparatos tecnológicos vêm e vão, transformações sociológicas e políticas se dão quase que diariamente: vence quem primeiro percebe, intelige e age sobre estas transformações.
      Como mera conclusão, percebemos então que o mundo tem evoluído (não necessariamente para melhor em muitos aspectos, já que evolução significa transformação e não melhoria) com uma velocidade tal que aqueles que compreenderem primeiro a resolução das mudanças e agirem na direção correta em consonância com essas mudanças vencerá nos novos cenários. Poderemos então perceber o conceito: melhor do que dizer “vence quem melhor compreende o mundo”, podemos dizer “vence quem primeiro compreende o mundo”. Já não há mais o mundo que é. Ele agora sempre está.
     Abra bem os olhos, dispa-se de conceitos engessados, analise diariamente os fenômenos que ocorrem em torno de seu negócio, tire suas conclusões e (principalmente) aja. Estar qualificado hoje não é só aquele que tem habilidades específicas para o seu ofício. Qualificado é aquele que, antes de habilidade, tem aguçada percepção sobre o mundo. Vence quem melhor compreende o mundo. Vence quem primeiro compreende o mundo. Faça por merecer.
* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.

A motivação é um sentimento



* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.

O executivo e o ator



* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.

Do Escritório ao Teatro

     Este momento atual do mundo dos negócios nos sugere uma caminhada inusitada: sairmos do escritório e irmos ao teatro.
        Refiro-me à performance dos profissionais de nossas empresas. Ao quadro de nossos colaboradores. Ao desempenho de nossa equipe: quanto mais artistas e menos burocratas fores eles, maiores serão os nossos resultados.
        Vivemos um momento de concorrência absoluta. A cada nova temporada que se inicia, novos concorrentes entram no jogo, sem que muitas vezes sequer fiquemos sabendo. Produtos, serviços e preços são cada vez mais parecidos. “Diferenciais” verdadeiramente relevantes são cada vez mais raros, na era da informação instantânea e do “benchmarking” – o plágio vestido de ética. Qual a solução portanto para vendermos mais? Como vender mais tendo produtos e serviços parecidos? Como vender mais tendo preços dramaticamente parecidos ou mesmo um pouco mais altos? Restou apenas uma única saída: ter as melhores pessoas.
        Ter profissionais suficientemente treinados e motivados (o que é naturalmente básico), mas mais do que isso: ter profissionais suficientemente sensíveis e sensitivos para decifrar os reais desejos dos clientes e oferecer a eles não um produto ou serviço “enlatado” (igual para todos), mas um produto ou serviço que represente a real solução de seus problemas, ou melhor: a melhor solução para a satisfação de suas demandas e expectativas. Temos que preparar nossas equipes para a adequação a este discurso, para a realização diária desta prática.
        Como conseguir profissionais assim? Como conseguir esta equipe “artisticamente treinada”?Como formar profissionais com este potencial sensitivo, capaz de decifrar através de métodos subjetivos os reais desejos dos clientes para melhor atendê-los em comparação com a concorrência?
        Saindo do escritório e indo para o teatro! Uma caminhada (transformação de postura) que envolve um número muito grande de fatores, que necessitam minucioso treinamento específico. Em suma, o objetivo é transformar “robozinhos” em seres interpretativos, humanos, presentes “de corpo e alma” em frente a cada diferente cliente. “Artistas” no sentido pleno: interpretando seu papel (de atender) com a alegria de quem serve ao outro pelo prazer em servir.
        Moral da história: servindo ao cliente demonstrando real interesse e prazer em servir, conhecimento técnico de seu negócio e sensibilidade para compreender sua real demanda, sem a preocupação (aparente e desesperada) em vender... Você vende!
* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.

Liderança é para todo mundo


* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.

O líder é um porta-voz



* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.

Tributo a Peter Druker ou "Marketing", interesse de todos


        Com a morte de Peter Drucker este mês*, perdemos simbolicamente o gênio maior do marketing e da administração do século XX. Este austríaco radicado na América inventou, contextualizou, simplificou o marketing e o popularizou, tornando-o patrimônio cultural dos profissionais ligados ao comércio de produtos e serviços, mesmo que fora do ambiente da universidade.
       O marketing, mais que um tema ou uma ciência, transformou-se graças a ele em palavra isolada, comum no vocabulário do ambiente de vendas: palavra intraduzível em português, espanhol ou qualquer outro idioma, mas que ao mesmo tempo não carece de tradução.
        Talvez todos saibamos, mesmo que intuitivamente, o que vem a ser marketing. Mesmo quem não o sabe, sabe. Defini-lo em palavras seja talvez tarefa simples ou impossível para uns, mas absolutamente desnecessária para outros, justamente pela aventura do desafio de esmiuçar um tema profundo teoricamente, mas que ao mesmo tempo tornou-se fluente, básico, necessário e especialmente simples em nosso dia-a-dia.
       Muitas definições já foram criadas no ambiente acadêmico. Esta a seguir é das mais sintéticas: “marketing vem a ser qualquer atitude que tomemos para conquistar ou manter um cliente”. Esta definição (sobre a qual se desconhece a autoria) encerra uma simplicidade e uma amplitude de sentido imensas. Esta simples definição nos convence de que o marketing mora em nossos pequenos gestos, nos detalhes mínimos de nossa relação com o mercado, com o nosso público.
      Seja em qualquer área que atuemos, o marketing faz-se necessário. Evidentemente aos que trabalham com comercialização de produtos e serviços, muitos exemplos podem ser citados: gestos como a distribuição criteriosa de um cartão de visitas caprichoso em círculos sociais, comentários aparentemente despretensiosos sobre o próprio negócio em ambientes onde pode-se encontrar clientes em potencial, parcerias com outras empresas em troca de visibilidade etc. Aos que não atuam profissionalmente vendendo algo, entra em cena o “marketing pessoal”, ciência que estuda a venda de nossa imagem para o nosso público e para a sociedade como um todo: capricho na apresentação pessoal, o portar-se socialmente, a cordialidade, a criação da empatia etc.
        Conclui-se que marketing é portanto tema de interesse geral: todos o precisamos, todos fazemos dele devido uso, todos sabemos de que se trata. Graças a Drucker.

* Texto de novembro de 2005.
** Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.

Marketing Pessoal ainda é assunto?

        Não há em português uma tradução literal para o termo marketing. A rigor, a tradução seria “mercado” no gerúndio, como se “o mercado” fosse um verbo. Ficou em português marketingmesmo. E este é o conjunto de ações que tem como propósito vender, projetar-se, fazer-se querido e desejado, ter lucro.

         A evolução do mercado depende das ações de seus agentes. Quanto melhor (mais qualitativa) a movimentação de cada um de seus agentes, melhor o mercado lhes retribui e lhes premia. Curto e grosso: os melhores têm lucro e os piores sofrem para pagar o aluguel.


        “Marketing Institucional” é o marketing das empresas. São as ações que as empresas praticam para vender, projetarem-se, fazerem-se queridas e desejadas e obterem lucro. “Marketing Pessoal” (uma expressão dos anos 80, tão feliz que até hoje a repetimos), é o marketing das pessoas. Essas também precisam de ações específicas para venderem-se, projetarem-se, fazerem-se queridas e desejadas, e obterem lucro. Quais seriam essas ações?


         Vamos a elas: se você é um profissional bem sucedido, mostre isso aos seus clientes através de mensagens visuais ou cognitivas como suas roupas (não necessariamente caras, mas adequadas a cada ocasião), pontualidade, competência técnica em sua área, etiqueta no trato etc. Você tem que gostar da sua própria imagem. As outras pessoas também. Não queira fazer sucesso se você não toma nem banho. Tenha uma excelente rede social (internética ou não, já que o conceito de rede social existe desde antes da invenção do byte, da luz elétrica, da linguagem e da roda), estude e informe-se por hábito e prazer, coma sua saladinha com suco sem açúcar, cultive hábitos produtivos, exercite a ética (e no lugar de querer parecer ético, seja ético mesmo. Comece pelo seu talão de nota fiscal), dedique-se a uma causa, não faça fofoca, aprenda a pensar como se você estivesse começando hoje (principalmente se você estiver começando hoje), trate bem as mulheres, trate bem os homens, trate bem seus funcionários, ame seus clientes, procure entender seus pais e seu chefe (eles só querem o seu bem), não fale mal dos seus concorrentes, desligue a tevê de vez em quando, não ligue a tevê depois de tê-la desligado, tenha atitude pró-ativa e iniciativa (que falta isso faz!), estude, estude e estude por prazer de novo, seja flexível e conciliador, antecipe-se às cobranças quando você sabe que elas virão, surpreenda seus clientes, seja leal (e não apenas fiel), tente ler um livro de filosofia e você não conseguirá (ler apenas um), seja equilibrado com suas finanças e seja feliz.


         Se você fizer de ações saudáveis e virtuosas verdadeiros hábitos, os resultados positivos aparecerão. Inevitavelmente, inclusive.




* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.

O "Fim da Venda" e a era da assessoria a clientes

        Um aviso aos vendedores: vocês estão com os dias contados.
        Clientes odeiam vendedores. Tente vender algo a alguém e você ganhará um inimigo. As pessoas normalmente detestam perceber que alguém está tentando vender algo a elas. Por outro lado, as pessoas adoram comprar. Adoram e cada vez mais precisam de informação qualificada para perceber que estão “comprando bem”. É portando “o Fim da Venda” e a “Era da Consultoria”. E a grande missão dos setores comerciais das empresas hoje é adequar seus profissionais a essa nova realidade.
        Quando o cliente percebe que está diante de um “vendedor”, vendedor entre aspas mesmo, ele corre. A sensação de estar diante de uma pessoa que “precisa” lhe “empurrar” aquele produto para “ganhar uma comissão” não desperta emoções positivas nos clientes. Temos que decretar portanto a extinção de profissionais de “vendas” e no lugar destes colocar “consultores especializados em nosso negócio para fazer clientes verdadeiramente felizes”.
        A boa notícia é que nós podemos usar as mesmas pessoas, e transformá-las. Portanto se por um breve acaso o estimado leitor aqui é também vendedor, não se desespere. O mundo não acabou para você. A sua profissão é que acabou, você não. “Vendedor” e “Limpador de Mimeógrafo” são profissões que não existem mais, é verdade, mas as pessoas que exerciam essas profissões podem se re-inventar e alcançar resultados muito expressivos em um curto espaço de tempo!
     Vendedores: transformem-se então em consultores para seus clientes. Os consultores são profissionais que entendem profundamente de seus negócios e, através de sua postura naturalmente generosa, apontam soluções sob-medida para cada cliente em suas particularidades. Os clientes gostam de estar diante de especialistas nos assuntos sobre os quais eles pretendem efetuar alguma aquisição. O que ocorre é que o “consultor”, com sua postura de não “querer empurrar” e de sinceramente “querer assessorar” seu cliente, acaba conquistando a confiança deste e termina por fidelizá-lo. E fidelizado, o cliente não compra uma vez só, mas muitas. E indica aos amigos. E volta. E se transforma em um agente da prospecção e da prosperidade de seu negócio.
       Em uma loja de roupas, nós como clientes podemos estar diante de “vendedores de roupas como mercadorias” ou de “consultores pessoais de moda”. O vendedor quer empurrar um terno, uma camisa e uma gravata. Fala sem parar, não ouve ou compreende as necessidades e anseios do clientes, tem meia dúzia de frases prontas como “este veste muito bem” ou “esta cor é a tendência” etc., faz pressão com frases enojantes como “e aí, vamos fechar?” e sempre reclama com o gerente que “o preço está alto e o pessoal não está pagando, é a crise, é a concorrência, é a carga tributária do país”... E como conseqüência deste estilo pré-histórico de vender, sempre ouve dos clientes a clássica frase: “me deixe um cartão da loja que eu volto mais tarde e lhe procuro”... O consultor não. O consultor não vende, ele ajuda o cliente a comprar. Ele é aquele especialista em moda que assessora seu cliente e o ajuda a encontrar as soluções ideais para o seu perfil. Como um que eu conheci em um shopping aqui perto de casa, que no lugar de me empurrar um terno, uma camisa e uma gravata, conquistou-me com sua postura, transformou-me em cliente e fã e compôs meu guarda-roupa inteiro. Conheci-o há seis anos. Não sei ao certo quantas gravatas ele já me ajudou a comprar. Só sei que essa dessa foto aí em cima é de lá.
        É isso: re-invente-se! Enterre aquele vendedor pré-histórico escondido em você, sofistique sua postura profissional, valorize-se e cresça!
* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.



"O Cliente" não existe

         Pergunta: Quando um cliente vai a um hotel, e ao entrar no banheiro de seu quarto vê escrito no vaso sanitário uma tira de papel com a palavra “Desinfetado”, o que ele pensa?
       Resposta: Impossível saber. Impossível por uma simples razão: porque dizer “o que o cliente pensa” é uma falácia. Não existe no mundo dos negócios esta entidade singular a que podemos chamar “o cliente”. O que existe é uma infinidade de pessoas que, em algumas circunstâncias, são eventualmente nossos clientes. Ocorre que essas pessoas são tão diferentes umas das outras que é impossível escaloná-las de maneira genérica. Vamos às possíveis respostas:
           O Cliente 1 pensa “que bom, estou em um ambiente higienizado”; o Cliente 2 pensa“Desinfetado? Será? Quem me garante?”, o Cliente 3 pensa “Que absurdo. Gastarem papel com essa bobagem. Uma tira de papel por dia vezes 210 apartamentos desse hotel, deve dar umas 78.750 tiras por ano, que deve dar umas quatro árvores a menos por semestre... Falam pra gente não molhar muita toalha pra ser amigo da natureza, e gastam papel com isso... Vou reclamar com o gerente”; o Cliente 4 pensa “Desinfetado? Por quê?”, os Clientes 5 e 6 não pensam nada, o Cliente 7 não viu a tira, o Cliente 8 sequer entra no banheiro, mas na saída, para que a camareira não desconfie que ele passou quatro dias sem banho, entra, rasga a tira e molha o box com água da pia; o Cliente 9 nasceu com uma mutação genética, não possuindo sistema digestivo; e finalmente o Cliente 10: este não foi localizado por esta reportagem porque saiu sem fazer check-out e deu calote no “Paradise Magic Palace Hotel”.
         Clientes são radicalmente diferentes uns dos outros. Por isso, não padronize seu atendimento. Padronize sim a qualidade técnica de seus serviços – esta deve estar em alto nível sempre – mas não a mecanicidade do atendimento. Simplesmente porque as pessoas são diferentes umas das outras. Por isso é possível dizer que “o Cliente” não existe. Existem os clientes. E são muitos. Olha um passando ali.
            Há apenas um detalhe que os assemelha: todos querem ser felizes. De maneiras diferentes, mas querem. O nosso objetivo? Detectar o que cada cliente deseja em sua particularidade, e através da generosidade de nossa postura (o prazer em servir) e da apurada técnica de nossos serviços, fazer de cada um deles clientes felizes. Não é tão difícil. Portanto, desligue seu piloto automático e sinta cada cliente em sua individualidade! Seus resultados serão desta forma muito mais expressivos

* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.




Treinar x Motivar



* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.

A Importância do Repertório Cultural




* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.

A Inovação pela Atitude


           Se há uma unanimidade na cultura do mundo corporativo atual, esta é a de que a inovação é a chave para o destaque em qualquer ramo, em qualquer negócio. De fato. Em um momento em que a informação é algo de facílimo acesso, o mundo não tem mais segredos. Não tendo segredos, saber dos preços, particularidades e métodos da concorrência é algo banal. Indo ao Google, em quinze minutos se tem gratuitamente o mapa de toda a sua concorrência com seus mínimos detalhes em tempo real! Assim sendo, no instante exato em que todos sabem ou podem saber “tudo”, cria-se uma rede que favorece o fenômeno da equiparação: muito fácil fica equiparar seu negócio ao negócio da concorrência, e com condições idênticas a guerra passa a ser pelo menor preço. E sempre – inevitavelmente sempre, sempre – vai haver um concorrente capaz de cobrar menos que você!
      Colocado este “dramático” cenário (que pode ser produtivo e favorável, se soubermos lidar com ele), percebemos que a única solução para podermos nos destacar, garantir nossa fatia de mercado, ampliar essa fatia e sustentar margens de lucro superiores é através dainovação. Aqui começa o nosso raciocínio: e quem é responsável pela produção da inovação dentro do nosso negócio?
         É preciso que todos tenhamos a certeza de que a inovação não é apenas uma política industrial. Ela não é apenas para produtos ou serviços. Ela não deve ser apenas um objetivo dos profissionais de marketing. A inovação é um atributo. Um atributo pessoal. E que deve nortear as atitudes de todos – absolutamente todos os profissionais que estiverem ligados ao nosso negócio. Em resumo: “inovação” não é só para produto ou serviço. Inovação deve ser característica de comportamento!
          É simples perceber quando uma atitude é inovadora: quando ela não é usual, e quando ela, por estar fora da média, resulta em algo produtivo. Alguns exemplos bastante simples: não fechar o semblante quando o cliente diz não, e vai embora. (Quando o profissional de atendimento não esboça mágoa, rancor e ressentimento ao ouvir o não do cliente, ele mantém as portas abertas para uma eventual próxima visita. Nunca voltamos à loja de alguém que nos fechou a cara porque provamos e não levamos. E se o normal é fechar a cara, não feche!)
          Se a prática normal e comum é não responder a e-mails, responda! Se o hábito  normal é não olhar nos olhos, olhe! O indivíduo pode ser o contador da empresa. Se este indivíduo tiver “ações habituais inovadoras”, a sua possibilidade de crescimento e reconhecimento é muito maior. Todos sabemos o que temos que fazer para causarmos boa impressão e alcançarmos resultados expressivos. Sabemos que isso custa um pouco mais de esforço. A questão é assumir o sacrifício e fazer.
         Ações habituais inovadoras: algo que está ao alcance de todos. Contagie sua equipe, espalhe essa ideia! Ah sim: comece por você.


* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.

Diploma x Resultados

          Este é um tema clássico do mundo do trabalho: Diploma versus Resultados.
     As perguntas que permeiam essa questão: o diploma universitário é importante? É decisivo? Indispensável? Até que ponto ele faz a diferença? E como explicar o sucesso de profissionais sem diploma? Se eu ainda não tenho um, eu devo investir nisso agora? E se eu já tenho e não uso, o que eu faço com ele?
          Examinando, percebemos que o diploma universitário é bom mas não é tudo. E que as empresas e o mercado contratam e premiam pelo valor que você consegue gerar nos negócios. Não apenas pela sua formação. A formação facilita o caminho para a geração de resultados. Mas ela não é o único caminho, há outros tão ou mais significativos. E que a formação por si só não significa rigorosamente nada: ela deve estar acompanhada de muita atitude geradora de resultados.
        Hoje, o mundo do trabalho dita as suas regras com base tão somente na geração do objetivo central de toda e qualquer empresa: o resultado. Não temos dúvidas de que uma boa formação acadêmica facilita o caminho para essa geração do resultado. Esta nos ilustra, nos abre a mente, nos mostra caminhos, nos dá credenciais. Mas muitos casos provam que pessoas que não tiveram experiência acadêmica também conseguiram se desenvolver, por outros caminhos e métodos. A universidade hoje não é o único caminho para “se formar”. É um excelente caminho. Mas não é o único.
          Para quem tem diploma, o detalhe é: não basta hoje apenas “estar munido” de um bom diploma. É preciso mostrar diariamente que se bebeu deste diploma, mostrar todos os dias que você fez por merecê-lo, e principalmente: manter-se absolutamente atualizado com relação à sua matéria, e mais: contribuir com sua observação e experiência para o aprimoramento desta matéria.
         E para quem não tem, a dica é buscar a chamada “formação extra-acadêmica”: cursos, palestras, literatura específica e geral, investimento em informação e cultura: sua formação é a sua vivência. Como já dito, hoje as empresas contratam por aquilo que conseguimos gerar de valor. Mostre que você gera resultados e cresça. Prepare-se diariamente, mesmo fora do ambiente acadêmico. O diploma não deve ser um troféu para quem tem e uma resignação para quem não tem. Vamos ao resultado!
* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.



Teoria x Prática - como lidar?

         É comum ouvirmos que determinada ideia funciona “apenas na teoria”, e não na prática. Ou que um determinado indivíduo é alguém “prático”, avesso a teorias. Melhor que não concordemos com isso.
         Essa diferença que se faz entre teoria e prática nunca me pareceu correta. Podemos resumir esta tese em uma frase apenas: “Toda e qualquer teoria existe apenas para aperfeiçoar a prática!” E se determinada teoria não funciona na prática, isto é sinal de que ela é apenas uma má teoria. (Ou não foi aplicada devidamente.) A rigor, toda e qualquer teoria nos ajuda a sermos melhores práticos. Ela nos facilita os caminhos, nos faz evitar erros, nos guia, nos dá norte, nos faz melhores.
          Esta ideia tem um claro objetivo: procurar diminuir a rejeição das pessoas com relação ao mundo da teoria. Muitos profissionais argumentam “não terem tempo” de se dedicarem à leitura de um livro de vendas por exemplo porque precisam “sair às ruas para vender”. E não percebem que, caso se dedicassem a ideias teóricas que lhes aperfeiçoassem a prática, poderiam vender muito mais e em menos tempo.
         Há pessoas que nascem com uma certa compleição para determinada atividade. Há quem chame essa compleição de “talento”. Pois se este individuo não lapidar seu talento com estudos, se ele decidir apostar apenas neste seu “jeito para a coisa” e não buscar informações e qualificação, certamente ele será ultrapassado por aquele que, digamos, não é tão talentoso mas dedicado e estudioso. Pessoas que valorizam a informação e o mundo das ideias – a teoria – e sobretudo aquelas que não pontuam diferença entre o “mundo das ideias” e o “mundo real” (teoria x prática), estas apresentam sistematicamente melhores resultados.
         Portanto, caso o amigo leitor conheça alguma teoria “que só funciona na teoria”, jogue essa teoria fora e procure (ou mesmo formule) outra melhor! E caso o amigo conheça (ou mesmo seja) alguém “apenas prático”, com um desenvolvido bloqueio à literatura, à audiência de palestras, cursos ou qualquer outra maneira de contato com o mundo da reflexão, repense-se! Aprimore sua prática! E já para a livraria!
* Palestrante Eduardo Peres – Palestrante, mágico e humorista, especialista em vendas, liderança e motivação de equipes para resultados. Foi Campeão Mundial de Mágica em 2000.